Pesquisa mostra conexão entre Covid-19 e dificuldades cognitivas

À esquerda e sentada, Dra. Lúcia Willadino Braga, vestindo blusa xadrez preta e branca, fala ao microfone. À direita, as jornalistas Denise Rothenburg, de blusa laranja, e Ana Maria Campos, de blusa com detalhes pretos e brancos, escutam.
Dra. Lúcia Willadino Braga conversando com as jornalistas Denise Rothenburg e Ana Maria Campos durante gravação do Podcast do Correio (Captura de tela – crédito: Correio Braziliense)

No dia 9 de novembro de 2022, a Dra. Lúcia Willadino Braga, neurocientista e presidente da Rede SARAH, conversou com o Podcast do Correio Braziliense sobre a pesquisa que conduziu a respeito das sequelas neurológicas do coronavírus.

“A Covid chegou e não havia nenhuma evidência científica sobre nada, porque era uma doença totalmente nova para o planeta”, disse.

A pesquisadora ressaltou que, desde o começo da pandemia, mais de 30% dos pacientes que tiveram a doença e depois foram atendidos pela Rede reclamavam de fadiga e de redução de olfato, memória e capacidade de planejamento.

“Era o mesmo problema nas nove unidades. A população pedindo a reabilitação: eu quero reabilitar a minha mente”, disse. “Isso nunca tinha acontecido. Então eu falei, vamos entender, porque como vamos tratar uma coisa, se a gente não sabe o que é?”

A fim de montar um programa de reabilitação neurológica para a Covid-19 que fosse efetivo e baseado em evidências científicas, 614 pacientes com esses sintomas passaram por avaliação neuropsicológica do impacto sobre memória, planejamento, atenção, concentração e fluência verbal.

“Para determinadas pessoas, isso incomoda muito, porque interfere na qualidade de vida, interfere no trabalho e nas relações familiares”, disse.

A pesquisadora também ressaltou que todas as pessoas que tiveram Covid-19 e sentem esses sintomas devem procurar tratamento na Rede SARAH, por meio do portal.

Reportagem publicada no Correio Braziliense em 10/11/2022